Overtraining


Há alguns anos atrás, a síndrome do overtraining era comum apenas entre os atletas profissionais. Porém, com a crescente valorização do “corpo perfeito”, estudos indicam que o problema está cada vez mais presente nas academias.
A grande causa do overtraining é o excesso de exercício que conduz a uma resposta de estresse, intensificada pela falta de tempo de recuperação antes da próxima sessão de treinamento. Ou seja, nosso corpo precisa de repouso após a atividade física e se isso não ocorre corretamente, o organismo fica prejudicado e aparecem sintomas negativos à saúde, ao corpo e à mente.

Mas não pense que o problema ocorre do dia para a noite. Não há uma regra específica que defina em quanto tempo isso vai acontecer e se vai ocorrer, tudo depende do corpo de cada indivíduo. O que se sabe é que ele é resultado de uma repetição desse processo de treino sem descanso suficiente.

Uma das consequências do overtraining são as lesões musculoesqueléticas, dentre as quais, destacam-se os microtraumas. Esses microtraumas não causam dor, edema ou impotência funcional, mas devido a repetição excessiva de exercícios, produzem lesões no tecido muscular, gerando o overtraining.

Os microtraumas mais comuns são as osteocondites, fraturas por estresse, miosites, tendinites, rupturas parciais ou totais de tendões.
 O caráter silencioso com que essas lesões ocorrem é o que mais preocupa.

Sintomas do overtraining:
  • Perda de rendimento. Os resultados dos treinos simplesmente não aparecem.
  • Falta de energia para iniciar o treino.
  • Músculos doloridos devido ao treinamento anterior (este sintoma não vale como regra para os iniciantes, quando é comum haver dores musculares nesse estágio).
  • Insônia e dificuldade de ter uma boa noite de descanso.
  • Dores de cabeça.
  • Perda de apetite.
  • Irritabilidade e alterações no humor.
  • Ocorrência de lesões.
  • Em casos extremos, leva a quadros de depressão e ansiedade.
Como evitar:
O overtraining pode ser evitado desde que os descansos regulares entre um treino e outro sejam respeitados. Também é importante alimentar-se bem, optando por alimentos ricos em carboidratos e proteínas e concentrar-se naquilo que faz durante o treino.
Alguns fatores, como estresses físicos e emocionais, doenças e resfriados que baixam a imunidade, excesso de trabalho, ciclo menstrual, dietas alimentares restritivas, deixam os atletas mais suscetíveis ao surgimento do problema.

Por isso, é importante realizar avaliações físicas periódicas. E fique atento a qualquer sinal que o seu corpo dê, se for aumentar a carga de treinos, faça isso de maneira progressiva, e não exagere, respeite sempre seus limites físicos.

Stéphanie Mulder Perrone
jornalista MTB 15.577 / produtora audiovisual